Cachorros podem desenvolver distúrbio de ansiedade de separação; saiba o que fazer
Cachorros podem desenvolver distúrbio de ansiedade de separação; saiba o que fazer
Segundo especialistas, o pet cria uma dependência afetiva na rotina por conta do convívio intenso com o tutor e sofrem com a solidão quando ele se ausenta.
Por Sarah Thomé
Como é bom curtir com o seu cãozinho em casa. Brincar, fazer carinho, dormir, dá banho e dá comida. Mas, quando você sai, será que ele fica bem sozinho? Alguns animais podem desenvolver o distúrbio de ansiedade de separação que ocorre quando o tutor precisa se ausentar e o cãozinho começa a sofrer com a solidão. Segundo especialistas, o pet cria uma dependência afetiva na rotina por conta do convívio intenso com o tutor.
Foi assim com a cachorrinha Mabel, adotada com oito meses pelo advogado Luccas Gontijo Alves. Ela se tornou a alegria da casa e uma companheira inseparável. Porém, há cerca de três meses, Luccas percebeu uma mudança no comportamento da cachorrinha. "Quando eu ia sair de casa, para trabalhar, ela passou a chorar muito alto, ficava triste, rasgava os objetos da casa, subia em cima da mesa, mordia sapatos", conta.
Ele viu que algo não estava certo e procurou ajuda de um veterinário e de um Comportamentalista Canino, e descobriu que a sua amiguinha estava com Ansiedade da Separação.
“Depois que iniciei o tratamento com o comportamentalista ela melhorou bastante. Hoje vivemos mais felizes em casa, em um ambiente tranquilo. Pretendo continuar o tratamento para que ela melhore mais ainda”.
O veterinário Raymundo Chaves Neto explica que os tutores devem observar os sintomas para procurar ajuda. "A ansiedade de separação é um distúrbio de vínculo afetivo. Acontece com animais que têm forte apego aos tutores. Comportamentos viciosos podem demonstrar os sintomas dessa doença, como, correr atrás do próprio rabo, não ter controle de micção, se recusar a comer sozinho, e até mesmo destruir objetos. Eles procuram se distrair dessa forma já que o tutor não está ali", diz o veterinário.
Segundo ele, o distúrbio é mais comum em cachorros das raças: labrador, border collie, bichon frisé, poodle to, pastor alemão e galgo italiano.
Cachorrinhos de qualquer idade podem desenvolver a doença. Porém, é mais comum nos filhotes, já que tiveram de ser acostumados a uma nova rotina e lar, quando saem de perto da mãe e irmãos.
O comportamentalista Canino Flávio Souza Santos explica que o ideal é não exagerar na despedida e deixar o animal o mais seguro possível.
''É interessante que o tutor deixe uma peça de roupa num lugar do ambiente que o cão possa achar e se sentir acolhido pelo cheiro do dono. Na maioria das vezes, quando o animal passa a roer móveis, sandálias e a rasgar cortinas, ele faz isso porquê está procurando a presença do tutor. Quando acha a peça de roupa, fica mais tranquilo. Outras formas de ajudar na ansiedade gerada pela separação é colocar petiscos pela casa, conversar com o cão naturalmente, e, se ausentar às vezes do ambiente, voltando logo em seguida, para mostrar ao cão que é normal àquela situação de saída", afirma Flávio.
As recompensas equivalentes para seu amigo peludo se distrair, é uma boa forma de diminuir a ansiedade dele, mas segundo o comportamentalista é importante mudar os hábitos ao retornar para casa.
“Para o animal melhorar os sintomas da ansiedade de separação é preciso mudar alguns hábitos do tutor. Ao chegar em casa, ignorar o cão quando ele estiver em desespero, para só depois de algum tempo lhe dá atenção, é uma ótima maneira de acalmá-lo. O animalzinho vai saber que o tutor voltará para o ambiente doméstico e que aquela situação é normal. Depois de alguns dias seguindo essa e outras orientações, o animal irá diminuir a ansiedade", conclui.
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