Como é a técnica que ajuda a transformar ansiedade em animação
https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/04/07/Como-%C3%A9-a-t%C3%A9cnica-que-ajuda-a-transformar-ansiedade-em-anima%C3%A7%C3%A3o
Naiara Albuquerque 07 Abr 2017 (atualizado 07/Abr 21h14)
Estudo mostra que pessoas que verbalizam sentimentos positivos acabam superando adversidade e melhoram desempenho
Quantas vezes você não ouviu de seus amigos para “se acalmar” ou “ficar tranquilo” antes de falar em público? A tentativa de tranquilizar pessoas nessas ocasiões é comum.
Uma pesquisadora americana, porém, sugere que o caminho é justamente o oposto. Professora da escola de negócios da Universidade de Harvard, Alison Wood Brooks publicou um estudo sobre o tema no Jornal de Psicologia Experimental em 2014.
Ela concluiu que se sentir ansioso é muito parecido com se sentir animado. E que a tentativa de “acalmar” a ansiedade gasta mais energia do que a redirecionar para algo positivo.
Brooks realizou alguns experimentos submetendo grupos de pessoas a situações que costumam gerar ansiedade, como cantar em um karaokê, falar em público diante de uma plateia e fazer uma prova de matemática. Os participantes foram escolhidos de forma aleatória. O número de mulheres e homens no projeto era equilibrado. Eles também não tinham transtorno da ansiedade generalizada, uma doença mental que afeta milhares de pessoas em todo o mundo.
O primeiro experimento foi cantar a música “Don’t Stop Believin’”, da banda americana Journey, em um karaokê. Os participantes tinham três opções: escolher apenas cantar, sem falar nada antes, ou falar em voz alta uma destas duas frases: “eu estou ansioso” ou “eu estou animado”.
Brooks concluiu que o modo como falamos de nossos sentimentos e emoções influenciam no jeito como nos sentimos. Além disso, nos experimentos, notou que as pessoas que se diziam “animadas” não só se sentiram mais confiantes como também mostravam performances superiores às dos outros participantes.
Para Brooks, a técnica de verbalizar algo positivo num momento de ansiedade pode ser usada no cotidiano das pessoas.
A origem da ansiedade Ainda nos primórdios da espécie, os humanos tinham a ansiedade como um sentimento comum e importante para a sobrevivência. A sensação funcionava como um “alerta” para pressentir animais predadores, ou seja, fazia parte do sistema biológico de defesa do ser humano. Com o passar do tempo, os humanos mudaram seus hábitos ao se deslocar para as grandes cidades e a ansiedade passou a afetá-los de outras formas.
Nos adultos, em situações cotidianas como pagar contas e conviver com a pressão do trabalho. Para os jovens, a pressão do pré-vestibular e o medo de falhar são exemplos comuns. Os sintomas também podem afetar qualquer faixa etária. “Quando a ansiedade está presente na maioria dos dias, por mais de seis meses e gera prejuízos da vida profissional, acadêmica ou nos relacionamentos afetivos, ela é considerada uma doença, chamada de TAG (transtorno da ansiedade generalizada).
Nesses casos, é preciso procurar um médico para diagnosticar e tratar o transtorno” Fernanda Queiroz psicóloga Diferentemente da ansiedade que sentimos antes de falar em público, o TAG afeta o sistema nervoso central e pode trazer sintomas como suor nas mãos, falta de ar, taquicardia e náuseas.
No Brasil, esses sintomas são conhecidos como crises de ansiedade e a técnica da pesquisadora Alison Wood Brooks não se aplica ao transtorno. Transtornos de ansiedade no Brasil De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 264 milhões de pessoas (ou 3,6% da população mundial) têm transtornos de ansiedade em todo o mundo. O TAG é uma das doenças mentais que constam no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, um dos livros mais usados e respeitados na área. O índice de brasileiros que apresentam esse transtorno é o maior das Américas, sendo mais comum entre as mulheres do que nos homens: 9,3% da população brasileira tem algum tipo de transtorno de ansiedade, mais do que o dobro do índice mundial de 3,6%.
Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/04/07/Como-%C3%A9-a-t%C3%A9cnica-que-ajuda-a-transformar-ansiedade-em-anima%C3%A7%C3%A3o
© 2017 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.
Naiara Albuquerque 07 Abr 2017 (atualizado 07/Abr 21h14)
Estudo mostra que pessoas que verbalizam sentimentos positivos acabam superando adversidade e melhoram desempenho
Quantas vezes você não ouviu de seus amigos para “se acalmar” ou “ficar tranquilo” antes de falar em público? A tentativa de tranquilizar pessoas nessas ocasiões é comum.
Uma pesquisadora americana, porém, sugere que o caminho é justamente o oposto. Professora da escola de negócios da Universidade de Harvard, Alison Wood Brooks publicou um estudo sobre o tema no Jornal de Psicologia Experimental em 2014.
Ela concluiu que se sentir ansioso é muito parecido com se sentir animado. E que a tentativa de “acalmar” a ansiedade gasta mais energia do que a redirecionar para algo positivo.
Brooks realizou alguns experimentos submetendo grupos de pessoas a situações que costumam gerar ansiedade, como cantar em um karaokê, falar em público diante de uma plateia e fazer uma prova de matemática. Os participantes foram escolhidos de forma aleatória. O número de mulheres e homens no projeto era equilibrado. Eles também não tinham transtorno da ansiedade generalizada, uma doença mental que afeta milhares de pessoas em todo o mundo.
O primeiro experimento foi cantar a música “Don’t Stop Believin’”, da banda americana Journey, em um karaokê. Os participantes tinham três opções: escolher apenas cantar, sem falar nada antes, ou falar em voz alta uma destas duas frases: “eu estou ansioso” ou “eu estou animado”.
Brooks concluiu que o modo como falamos de nossos sentimentos e emoções influenciam no jeito como nos sentimos. Além disso, nos experimentos, notou que as pessoas que se diziam “animadas” não só se sentiram mais confiantes como também mostravam performances superiores às dos outros participantes.
Para Brooks, a técnica de verbalizar algo positivo num momento de ansiedade pode ser usada no cotidiano das pessoas.
A origem da ansiedade Ainda nos primórdios da espécie, os humanos tinham a ansiedade como um sentimento comum e importante para a sobrevivência. A sensação funcionava como um “alerta” para pressentir animais predadores, ou seja, fazia parte do sistema biológico de defesa do ser humano. Com o passar do tempo, os humanos mudaram seus hábitos ao se deslocar para as grandes cidades e a ansiedade passou a afetá-los de outras formas.
Nos adultos, em situações cotidianas como pagar contas e conviver com a pressão do trabalho. Para os jovens, a pressão do pré-vestibular e o medo de falhar são exemplos comuns. Os sintomas também podem afetar qualquer faixa etária. “Quando a ansiedade está presente na maioria dos dias, por mais de seis meses e gera prejuízos da vida profissional, acadêmica ou nos relacionamentos afetivos, ela é considerada uma doença, chamada de TAG (transtorno da ansiedade generalizada).
Nesses casos, é preciso procurar um médico para diagnosticar e tratar o transtorno” Fernanda Queiroz psicóloga Diferentemente da ansiedade que sentimos antes de falar em público, o TAG afeta o sistema nervoso central e pode trazer sintomas como suor nas mãos, falta de ar, taquicardia e náuseas.
No Brasil, esses sintomas são conhecidos como crises de ansiedade e a técnica da pesquisadora Alison Wood Brooks não se aplica ao transtorno. Transtornos de ansiedade no Brasil De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 264 milhões de pessoas (ou 3,6% da população mundial) têm transtornos de ansiedade em todo o mundo. O TAG é uma das doenças mentais que constam no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, um dos livros mais usados e respeitados na área. O índice de brasileiros que apresentam esse transtorno é o maior das Américas, sendo mais comum entre as mulheres do que nos homens: 9,3% da população brasileira tem algum tipo de transtorno de ansiedade, mais do que o dobro do índice mundial de 3,6%.
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