Quando a ansiedade vira um problema para as empresas

Quando a ansiedade vira um problema para as empresas


A geração Y (formada por jovens nascidos entre 1978 e 1990) é conhecida por ser conectada, ágil, ter grande capacidade de identificar oportunidades e uma imensa vontade de experimentar coisas diferentes. No entanto, também é ansiosa e impaciente - características muitas vezes incompatíveis com a rotina corporativa acostumada à geração X, que priorizava estabilidade no trabalho e nas finanças. Os números expõem essa realidade.
Foto: DINO
Os profissionais brasileiros são os mais estressados do mundo, segundo pesquisa realizada pela empresa de recrutamento Robert Half. A multinacional entrevistou cerca de 1.800 gestores em 13 países, e constatou que o trabalhador brasileiro é o que mais sofre com a pressão e o excesso de trabalho. De acordo com a levantamento, 52% dos entrevistados reclamaram da alta carga de trabalho e 44% sentem falta do reconhecimento de seus esforços.
Não é à toa que muitos profissionais acabam desenvolvendo transtornos de ansiedade. Do período pré-histórico até hoje, muita coisa mudou. Vivemos num mundo cheio de incertezas; trocar de cidade, emprego ou parceiro são exemplos que causam desconfortos em relação ao porvir. E, nesse contexto, a ansiedade é, em linhas gerais, uma forma do organismo "se condicionar" à observação de riscos que todos nós corremos.
Quando falamos da presença desse transtorno dentro do ambiente corporativo, as consequências, nesse caso, afetam patrão e empregado diretamente, uma vez que o trabalhador que convive com a ansiedade pode ver seu nível de produtividade cair, deixar de ter clareza nos seus atos, o que impossibilita a visão estratégica; diminuir o ritmo de resultados positivos, prejudicar o relacionamento do ambiente de trabalho, além de aumentar as chances de desenvolver doenças psicossomáticas como infarto e hipertensão.
O mais preocupante é que os dados mostram que as empresas ainda não são capazes de oferecer ajuda e suporte para funcionários ansiosos. De acordo com um estudo feito pela Ibmec e o Instituto Locomotiva, 69% dos executivos admitem que suas empresas não estão preparadas para lidar com a ansiedade da nova geração, que busca por uma colocação no mercado e muitas vezes não se sente acolhida.
Por isso, é importante que, além do cooperador, o gestor também esteja atento aos sinais de sua equipe e, caso necessário, busque ajudar seus funcionários a contornarem esse quadro.
Como a inquietação está associada ao futuro, definir um plano de trabalho com metas possíveis, que atendam a necessidade tanto do profissional, quanto da corporação, pode ser um primeiro passo para levar a uma diminuição de ansiedade do trabalhador.
Bons exemplos de quem tem investido no bem-estar dos funcionários são as empresas Sodexo e VivaReal. Elas criaram os chamados "serviços e espaços de descompressão" que contam com jardim, áreas com pufes, espaços de convivência que incluem café da manhã, quiropraxia e até manicure. Tudo isso para garantir que os cooperadores tenham um ambiente à recorrer quando precisam desestressar.
Da parte do portador de ansiedade, além de construir uma visão positiva da situação, estabelecer limites e não fazer comparações com outras pessoas, é essencial a busca por ajuda especializada ao menor sinal de que algo não vai bem. Afinal, o bem-estar no ambiente de trabalho não é apenas fundamental para a saúde (emocional e física) do funcionário, mas para a sobrevivência e crescimento de uma empresa.
Lembra-se: Funcionário que trabalha feliz, trabalha melhor.
*Assinado por Leonardo Maranhão, psiquiatra e diretor da Clínica Média Assis.


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