A ansiedade nossa de cada dia

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A ansiedade nossa de cada dia












São muitos os compromissos que temos em nosso dia a dia. Acumulamos funções, ficamos inseguros ante a possibilidade de algo dar errado, além do pensamento persistente no amanhã. E, claro, de preferencia desejamos resolver tudo aqui e agora.
A ansiedade, tanto como sintoma ou patologia, parece ser o mal deste século. Basta perguntar a sua volta quem é ansioso e é raro alguém não levantar a mão. Na verdade, ela é uma emoção que faz parte da nossa vida sim, mas nem sempre com conotação negativa.
A ansiedade surge em situações que nos ameaçam e, assim, tem a função de nos proteger, nos preparando para aquela situação. Todo mundo experimenta este sentimento ao longo da vida, seja em alguma perda afetiva, material ou outra situação importante como relacionamento, família etc. É natural. No entanto quando é exagerada interfere no desempenho diário das nossas tarefas e, consequentemente, em nossa qualidade de vida. Neste ponto ela é considerada uma doença e que se apresenta em graus variados.
A ansiedade é caracterizada por tensão ou medo decorrente da antecipação de situações, sejam elas reais ou imaginárias. E é aí que está o perigo porque as pessoas ansiosas se preocupam com algo que ainda nem aconteceu e talvez nem aconteça. Por isso que a ansiedade é descrita como um excesso de futuro.
A aceleração do pensamento é a principal característica deste estado. Isto acontece porque a pessoa, para livrar-se da sensação de desconforto, começa a buscar ou planejar uma saída.  As consequências negativas da ansiedade são possíveis de observa-las principalmente nas alterações das funções cognitivas, na forma de esquecimentos e dificuldade de concentração. Isto repercute na autoestima porque a pessoa, com o tempo, considera incapaz de realizar algo. Há ainda os sintomas físicos como tensão muscular, taquicardia, boca seca, dentre outros. É uma reação em cadeia.
Assim, a pessoa ansiosa tem a necessidade de controlar tudo a sua volta, como uma defesa contra eventuais ameaças. Uma ilusão, afinal impossível controlarmos tudo. Então, quando surge aquele pensamento incomodo, na tentativa de livrar-se, o problema só parece piorar já que invade a mente a todo o momento. Ou seja, quanto mais a pessoa pede pra esquecer, mais persiste. Sabe aquela música que gruda na cabeça? É deste jeito.
O melhor é encarar a preocupação, plugar a razão e listar as reais – e não imaginárias - possibilidades daquilo, que é sempre visto como negativo, ocorrer. Pergunte-se também se a preocupação insistente exige uma resposta imediata. É uma técnica simples que, muitas vezes, reduz a ansiedade. Se não funcionar é preciso buscar ajuda psicoterápica e, às vezes, medicamentosa para compreender o que está por trás desta insegurança.
O certo é que, para cultivarmos o próprio bem estar e aprendermos a lidar com os obstáculos da vida, carecemos de uma estrutura interna e de um conhecimento acerca de nós mesmos que nos ajude a permanecer íntegro diante de qualquer ameaça ou solicitação externa. Por isso que a maneira como cada um se vê e percebe a realidade a sua volta influencia no próprio comportamento, uma vez que tal percepção, positiva ou negativa, incidirá na mesma proporção.

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