Medicamento é aprovado e pode revolucionar combate à depressão, apostam cientistas

Medicamento é aprovado e pode revolucionar combate à depressão, apostam cientistas

Spray nasal, remédio desenvolvido pela Johnson & Johnson será usado em pacientes que não estejam respondendo a outros tratamentos
06/03/2019 - 11H43 - ATUALIZADA ÀS 13H20 - POR ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE
Spray nasal à base de esketamina é nova arma contra a depressão (Foto: Getty Images)







Uma nova forma de combate à depressão acaba de ser aprovada pelas autoridades regulatórias nos Estados Unidos. Batizada de Spravato, a droga desenvolvida pela Johnson & Johnson é feita à base da esketamina, um anestésico de potencial alucinógeno que é “gêmeo” da ketamina, e será aplicada na forma de um spray nasal a pacientes com alto grau de depressão que não respondam a outros medicamentos.
A confirmação do registro do novo remédio vem depois de anos de testes, em que a comunidade científica já apostava na esketamina como solução de grande potencial para combater a depressão. Trata-se do primeiro tipo medicamento com este fim desenvolvido nos últimos 35 anos, segundo o Business Insider.latórias nos Estados Unidos. Batizada de Spravato, a droga desenvolvida pela Johnson & Johnson é feita à base da esketamina, um anestésico de potencial alucinógeno que é “gêmeo” da ketamina, e será aplicada na forma de um spray nasal a pacientes com alto grau de depressão que não respondam a outros medicamentos.
A confirmação do registro do novo remédio vem depois de anos de testes, em que a comunidade científica já apostava na esketamina como solução de grande potencial para combater a depressão. Trata-se do primeiro tipo medicamento com este fim desenvolvido nos últimos 35 anos, segundo o Business Insider.
O uso do Spravato, ao menos a princípio, será estritamente controlado. Pacientes que recorrerem ao remédio terão duas sessões semanais no primeiro mês de treinamento e, depois, uma aplicação semanal ou quinzenal, a depender dos resultados obtidos e das sessões cobertas pelos planos de saúde.

De acordo com o noticiário Market Watch, as expectativas de Wall Street para a droga são otimistas. Analistas acreditam que a Johnson & Johnson conseguirá cerca de US$ 600 milhões em vendas anuais até 2022.Além disso, o tratamento é caro: cada sessão custa entre US$ 590 (R$ 2,2 mil) e US$ 885 (R$ 3,3 mil), dependendo da dosagem utilizada. De acordo com as recomendações, o primeiro mês de tratamento, por exemplo, custaria entre US$ 4.720 (R$ 17,8 mil) e US$ 6.785 (R$ 25,5 mil). Os meses posteriores devem custar entre US$ 2.360 (R$ 8,9 mil) e US$ 3.540 (R$ 13,3 mil). E, além disso, o uso do Spravato só será feito acompanhando outros medicamentos antidepressivos tradicionais.
Há grande expectativa de que o novo produto ajude a tratar uma das doenças mais recorrentes em todo o mundo. São mais de 320 milhões de pessoas que sofrem com o problema no planeta, afirma a Organização Mundial da Saúde, e houve um crescimento na casa dos 18% na última década. Também de acordo com a OMS, a depressão é responsável por cerca de 38% das licenças motivadas por transtornos mentais e comportamentais.
Os efeitos

Princípio ativo do remédio da Johnson & Johnson aprovado pela Food & Drug Administration (FDA), a esketamina é um enantiômero da ketamina. Ou seja, uma molécula “espelhada” desta outra. Embora contenha os mesmos elementos químicos da ketamina, a nova droga pode ter efeitos fisiológicos diferentes.
Mais conhecida do grande público, a ketamina é utilizada normalmente como anestésico para animais de grande porte, como cavalos. Mas também se popularizou como uma droga usada por jovens em festas, em função de seus efeitos alucinógenos e dissociativos.
Depressão (Foto: Getty Images)


mina tem efeitos semelhantes, segundo os estudiosos envolvidos na aprovação do Spravato - e também por isso o uso será controlado. Mas os testes registrados mostraram que ela pode ser consumida de forma segura e representar “uma grande mudança” no combate à depressão, segundo Steven Meisel, diretor de segurança de medicamentos da Fairview Health Services.
O potencial antidepressivo da ketamina e da sua “gêmea” quase idêntica é explorado há alguns anos. A substância atua em uma parte diferente do cérebro em relação a outros antidepressivos normalmente usados, que têm basicamente a função de refazer os caminhos para a transmissão da serotonina (um hormônio regulador de humor).
O uso, entretanto, não vem sem efeitos colaterais: nos testes da Johnson & Johnson, mais de um terço dos pacientes relatou a sensação dissociativa de “estar fora do corpo”, diz o Business Insider. Uma proporção semelhante também disse ter sentido tontura e náuseas.
Para entender melhor esses efeitos, a FDA determinou que, nas primeiras aplicações, o paciente esteja acompanhado de um profissional da saúde que o monitore pelas horas seguintes. Somente algumas clínicas certificadas terão a permissão de aplicar o tratamento.
Espera-se que, em breve, outros laboratórios farmacêuticos, como Allergan e Sage, consigam aprovações para medicamentos semelhante soa da Johnson & Johnson.


https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2019/03/medicamento-e-aprovado-e-pode-revolucionar-combate-depressao-apostam-cientistas.html

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