Jovem hospitalizada após forte crise de ansiedade faz desabafo e viraliza

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2017/03/29/internas_polbraeco,584649/jovem-entubada-apos-forte-crise-de-ansiedade-faz-desabafo-e-viraliza.shtml

Jovem hospitalizada após forte crise de ansiedade faz desabafo e viraliza


O relato de uma adolescente no Facebook, dizendo como foi parar no hospital depois de uma forte crise de ansiedade, movimentou a internet nas últimas semanas e reacendeu o debate sobre a doença. Quem estuda o assunto, alerta para a importância de se buscar ajuda de especialistas.
 
Beatriz Magalhães, 19 anos, conta que começou a sentir os primeiros sintomas, como dores de cabeça, enquanto atendia uma cliente da loja onde trabalha, em São Paulo. Ela disse que a consumidora se exaltou durante o atendimento e passou a tratá-la com rispidez. Nervosa, ela deixou a mulher no local e saiu do recinto. "A agonia foi aumentando", detalha.

Ainda confusa com a situação, a jovem conta que chegou a discutir com um colega de trabalho. Nessa hora, diz que teve uma crise de choro e  deixou, às pressa, a loja, que fica dentro de um shopping center. Ainda dentro do centro comercial, Beatriz, que também sofre de asma, disse que teve uma crise e foi socorrida pelo pronto atendimento do shopping. "Eu estava chorando muito e comecei a passar mal. Tive falta de ar e aí me levaram", detalha.

Beatriz foi, então, levada ao hospital, mas disse que piorou ao não conseguiu entrar em contato com familiares. "Fique mais nervosa, porque não conseguia falar com ninguém. A bombinha [nome de tratamento usado em crises asmáticas] não fazia efeito. Piorei, e aí tiveram que me entubar”, acrescenta a jovem, que passou algumas horas no hospital recebendo medicamento na veia antes de assinar uma autorização para deixar o local.

Crises desde a infância

Ao Correio, Beatriz contou que foi diagnosticada com transtorno de ansiedade aos 12 anos de idade. O problema, segundo ela, foi desencadeado após uma crise depressiva, causada por traumas na infância. Desde então, a jovem conta que já passou por vários tratamentos, mas que as crises sempre aparecem. "Em alguns períodos fico mais calma, por um bom tempo, mas depois volta”, relata. 

A jovem diz que a limitação a incapacita de fazer atividades do dia a dia. "Coisas simples, como aceitar uma convite para sair com amigos ou ir na rua, às vezes, se tornam difíceis, porque tenho medo de ter uma crise fora de casa. Mas só o fato de eu não conseguir superar essas coisas, já me causam crise também", relata a jovem, que mora com a mãe, o padrasto e mais dois irmãos em Guarulhos, cidade da grande São Paulo. 
 
No Facebook, a postagem de Beatriz teve mais de 120 mil curtidas, pouco mais 60 mil compartilhamentos e milhares de comentários, alertando para o perigo da doença. Na publicação, ela mostra fotos do antes e depois de sofrer a crise. A jovem descreve sintomas da doença e pede respeito, a ela e aos outros que sofrem do mesmo mal.  "E para quem não tem [transtorno de ansiedade], mas conhece alguém que tem, respeite essa pessoa, me respeite, não nos julgue. No fim estamos todos tentando sobreviver a nós mesmos e a esse mundão”, escreve na postagem.
 
 

Apoio médico

O neurocientista do comportamento, especialista em ansiedade e professor do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Mello Cruz, explica que a ansiedade é comum no ser humano, desde que em níveis controlados. "A ansiedade é uma reação normal, sem a qual não sobreviveríamos. Se você for fazer uma prova e tiver muito relaxado ou tranquilo, seu resultado será ruim. Mas se tiver ansioso demais, também vai ser ruim. O problema está em níveis muito baixo ou elevados”, explica.

Cruz diz que não existe apenas um tipo da doença, mas vários. Por isso o nome “transtornos de ansiedade”. No entanto, segundo ele, existem alguns sintomas comuns a todos os tipos. "Apresentar sensações de ansiedade em situações que normalmente não geram isso, como em um ambiente tranquilo como se estivesse diante de um perigo em potencial”, exemplifica.

Por haver vários tipos de transtorno, ele explica que cada caso tem que ser avaliado individualmente. “Há duas linhas de tratamento que podem ser combinadas ou não: psicoterapias e tratamentos farmacológicos. Mas isso tem que ser avaliado caso a caso”, acrescente. “Importante é buscar apoio, do psicológico ao médico”, finaliza

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Como lidar com a abstinência do Escitalopram

Lexapro ou Escitalopram

5HTP - HIDROXITRIPTOFANO - pílulas da felicidade