Lactobacilos podem reverter sintomas de depressão e ansiedade: estudo
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Pesquisadores descobriram que lactobacilos, um grupo de bactérias probióticas que fermentam leite em iogurte e ajudam no processo digestivo, podem reverter o comportamento depressivo e a ansiedade em camundongos.
O estudo foi publicado na revista Scientific Reports, na edição de 7 de março de 2017.
Microbioma intestinal
Embora nosso conhecimento sobre a depressão tenha melhorado nos últimos anos, ainda é necessária uma melhor compreensão dos mecanismos que levam à doença, para o desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas.
O papel do microbioma do intestino tem sido de grande interesse para os pesquisadores.
Cientistas da Universidade de Virgínia, nos EUA, por exemplo, tentaram descobrir se havia uma ligação concreta entre depressão e saúde intestinal.
Lactobacilos
Olhando para a composição do microbioma intestinal antes e depois de ratos serem submetidos ao estresse, o Dr. Alban Gaultier, pesquisador do Departamento de Neurociência e do Centro de Imunologia Cerebral e Glia, e seus coautores descobriram que a grande mudança foi a perda de lactobacilos.
Em outras palavras, com a perda de lactobacilos veio o aparecimento de sintomas de depressão.
A alimentação dos ratos com Lactobacillus reuteri – uma espécie que coloniza vários hospedeiros vertebrados, incluindo roedores e seres humanos – devolveu os animais a quase normalidade.
“Uma única linhagem de Lactobacillus foi capaz de influenciar o humor”, observou o Dr. Gaultier.
Papel da quinurenina
Os pesquisadores também queriam determinar o mecanismo pelo qual os lactobacilos influenciam a depressão.
Eles descobriram que a quantidade de lactobacilos no intestino afeta o nível de um metabolito no sangue chamado quinurenina. Já foi mostrado que ele pode conduzir à depressão.
Quando lactobacilos diminuem no intestino, os níveis de quinurenina sobem – e sintomas de depressão aparecem.
“Identificamos que as espécies reativas de oxigênio derivadas de Lactobacillus podem suprimir o metabolismo da quinurenina do hospedeiro, inibindo a expressão da enzima metabolizadora, IDO1, no intestino”, os cientistas afirmaram.
Próximos passos
Os pesquisadores chegaram à conclusão de que os lactobacilos podem contribuir para a regulação do metabolismo e resiliência durante o estresse.
“Esta é uma mudança consistente. Nós vimos níveis de Lactobacillus se correlacionarem diretamente com o comportamento destes ratos”, disse Ioana Marin, principal autora do estudo.
Com base nas novas descobertas, os pesquisadores planejam começar a estudar o resultado de tal tratamento nas pessoas o mais rápido possível.
Eles pretendem examinar os efeitos de Lactobacillus sobre a depressão em pacientes com esclerose múltipla, um grupo no qual a condição é comum. As mesmas substâncias biológicas e mecanismos que o Lactobacillus usa para afetar o humor em ratos também são vistos em seres humanos, o que indica que o efeito pode ser o mesmo. [SciNews]
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