Vida moderna, ansiedade e computador

  Você conhece alguém que ao acordar, antes mesmo de pular da cama, pega o celular e dá uma espiadinha nas redes sociais, sites ou e-mails? Não é difícil responder sim a esta pergunta. Estamos o tempo todo conectados, seja no trabalho, nas rodas de amigos presenciais, nas filas, enquanto assistimos televisão e até mesmo enquanto comemos. São incontáveis as situações.

O pior é que muitas vezes não nos damos conta da quantidade de tempo que perdemos com isso e das consequências negativas. A necessidade de estar conectado o tempo todo pode provocar uma sensação de que o dia está voando, até porque tal comportamento acelera nosso tempo interno, resultando em estresse e ansiedade, afetando nossa qualidade de vida. É óbvio!

Como ninguém consegue absorver todas as informações, tampouco informar tudo a todos, ao invés de refletirmos sobre isso, seguimos acessando sem limites, numa curtida aqui, numa espiadinha inocente ali, e, assim, nos tornando mais ansiosos. Como consequência, passamos a exigir, inconscientemente, que as coisas a nossa volta tenham resultados instantâneos, tal qual o clique dos aparelhos eletrônicos. É a ansiedade gerando mais ansiedade.

 A tecnologia nos mostra que através dela é possível realizar uma multiplicidade de tarefas que facilitam nosso dia a dia. Sem dúvida! No entanto, é justamente isto que pode ser perigoso já que, por considerarmos comum a utilização da Internet, acabamos fazendo uso abusivo do computador, levando trabalho pra casa, permanecendo, assim, mais tempo conectado que o necessário. Este uso excessivo da tecnologia tem provocado o surgimento de um número cada vez maior de pessoas viciadas em smartphones. Segundo dados da Apple, uma pessoa desbloqueia o aparelho cerca de 80 vezes por dia e, na maioria destas vezes, sem necessidade. Algumas pessoas, inclusive, admitem que checam o aparelho eletrônico sem perceber, numa clara demonstração da dependência.

Diante disto, qual a linha divisória entre perceber o computador como uma ferramenta que facilita as tarefas diárias daquela que caracteriza um problema para a saúde mental?

 Há alguns critérios que revelam o quanto os aparelhos eletrônicos estão minando sua saúde mental: não conseguir diminuir o tempo on-line; sentir-se ansioso ou irritado quando está em algum lugar onde não possa conectar; isolamento social; mentir sobre a quantidade de tempo que navega; perder a noção do tempo atrasando a realização de tarefa seja no trabalho ou em casa; etc.

O reconhecimento, por parte do indivíduo, de que ele apresenta este comportamento, é o primeiro passo para o tratamento que inclui o conhecimento de si e dos fatores que desencadearam a compulsão. Se algo consome mais que o necessário, é certo que outras necessidades ficarão de lado prejudicando o bem estar não só da própria pessoa, como tudo ao seu redor já que afeta suas relações com colegas e familiares.

Não há nada de errado em utilizar a Internet e, nela, as redes sociais, desde que não prejudique a saúde mental.

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